Cosipa é a campeã da lista de cem empresas que mais emitem gás carbônico divulgada ontem pelo governo do Estado
Refinarias da Petrobras também estão no topo do ranking; empresas afirmam ter ações de redução das emissões de CO2
A Secretaria Estadual do Meio Ambiente divulgou ontem na internet (www.cetesb.sp.gov.br/100co2.pdf) a lista das cem indústrias paulistas campeãs em emissão de gás carbônico (CO2), o principal gás de efeito estufa.
A Cosipa, em Cubatão, é a primeira do ranking, seguida por três refinarias da Petrobras -a Replan, em Paulínia, a Revap, em São José dos Campos, e a RPBC, também em Cubatão.
No total, as oito indústrias que mais emitem o poluente em São Paulo são responsáveis por 63% das emissões do setor, ou 18,2 milhões de toneladas ao ano (veja quadro nesta página).
No total, as cem indústrias do levantamento emitem 29 milhões de toneladas ao ano.
O setor petroquímico é o que tem maior potencial de emissão. Na seqüência, está o de aço e ferro-gusa e, depois, o de minerais não-metálicos.
Para realizar o inventário, foram selecionadas 371 empresas do Estado a partir da relação das indústrias com maior potencial de emissão de CO2.
De forma voluntária, 329 empresas enviaram as informações solicitadas.
Das indústrias que compõem o levantamento, 54,1% declararam ter previsão de ampliação nos próximos cinco anos que implicarão aumento das emissões estimadas no inventário.
O secretário estadual Xico Graziano (Meio Ambiente) afirma que a avaliação deve ser feita a cada dois anos, de forma a acompanhar e "atestar as melhorias" no setor.
Com a lista, afirmou ele, o Estado demonstra sua preocupação com a questão do aquecimento global e entra, dessa forma, na agenda mundial.
Segundo Marcelo Minelli, diretor de Engenharia, Tecnologia e Qualidade Ambiental da Cetesb (agência ambiental paulista), as indústrias listadas não chegam a ser uma surpresa. "São as mesmas suspeitas de sempre. Mas é importante ter os dados para acompanhar e cobrar reduções."
As estimativas de emissão foram baseadas na metodologia simplificada do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), e considerou o consumo de combustível e a produção industrial informada por cada empresa.
Para José Goldemberg, ex-secretário estadual do Meio Ambiente e idealizador do inventário, a identificação dos grandes setores emissores de CO2 serve como um incentivo à adoção de metas de redução, sem que isso seja um instrumento punitivo.
O próximo passo, segundo Graziano, é fazer inventários de outros setores que emitem o gás de efeito estufa, como os de energia, transporte e comércio.
"O fato de as empresas fornecerem voluntariamente as informações mostra que a indústria não tem nada a temer", afirmou Nelson Pereira dos Reis, diretor do departamento de meio ambiente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
No entanto, ele disse considerar "extemporânea a divulgação [da lista], pois não vai ajudar em absolutamente nada". De acordo com Reis, entre 2001 e 2006 a indústria química/petroquímica reduziu suas emissões em 15%.
Medidas para redução
A Cosipa afirmou que o processo siderúrgico gera emissão de CO2 e que as siderúrgicas vêm trabalhando mundialmente "para otimizar a sua matriz energética de forma a reduzir a quantidade de energia para produção de aço".
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2404200801.htm
Observando que das 100 que mais poluem em São Paulo, duas da lista estão no município de Jundiaí:
86ª: Air Liquide Brasil Ltda, com 26.103 toneladas de CO2 ao ano
91ª: Duratex S/A, com 24.016 toneladas de CO2 ao ano
quinta-feira, 24 de abril de 2008
Siderúrgica lidera poluição em São Paulo
Postado por Patrícia Anette às 21:30
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3 comentários:
Axei muito legal a iniciativa do estado de mapear as empresas e suas respectivas emissoes de CO2, pois assim poderemos saber quais as confiaveis, ecologicamente falando, alem de podermos cobrar das industrias que prometeram diminuir suas emissoes.
Gostaria tambem de lembrar, que apos o Protocolo de Kyoto, apenas 40, dos 178 paises que assinaram, adotaram alguma medida preventiva. Vale a pena mencionar tambem que as emissoes de gas carbonico aumentaram 10%, e 18% nos (nossos amigos) Estados Unidos. Lembrar tambem que em 2001, cientistas de 99 países se reuniram em Xangai e concluiram que o fator humano no aquecimento eh determinante, pois desde 1750, nos primordios da Revolução Industrial, a concentraçao atmosferica de carbono aumentou 31%, e mais da metade desse crescimento ocorreu de cinquenta anos para ca, e infelizmente, as amostras retiradas das geleiras da antartica revelaram que as concentraçoes atuais de carbono sao as mais altas dos ultimos 420.000 anos.
Eh essencial que nos preocupemos mais com o meio ambiente, e q façamos um trabalho de concientizaçao tambem, pois quanto mais tempo perdemos, menores serao as chances de sussesso na recuperaçao da natureza, e, se assim for, provavelmente viveremos em bolhas de ar enquento os pobres serao mandados para a lua.
rs
Abraços
E EU TENHO UMA PERGUNTA!
_ O q acontece com as naçoes que se comprometem a reduzir as emissoes de CO2 e a aumentarem sua economia corretamente em termos ecologicos, como a China?
NADA??
soh porque os EUA sao ricos, sao donos da onu, e se acham donos do mundo? que eles saibam q NAO SAO!! pois, como jah diria Chico Buarque: "NINGUEM VAI ME ACORRENTAR, ENQUANTO EU PUDER CANTAR, ENQUANTO EU PUDER SORRIR"
Abraços
Patt! Valeu pelo post!
Fim de semana foi difícil entrar...
Concordo com o Raul, e achei muito legal as empresas mostrarem suas respectivas emissões de CO2. Assim, o controle e a cobrança se tornam mais "fáceis".
Mas para um efeito de vitória, é preciso que todos reivindiquem se caso alguma empresa "falhar" no acordo.
Eu li trechos da reportagem na Folha, porém não sabia que duas empresas jundiaienses estavam na lista, mas já era de se esperar. Jundiaí, hoje, é um grande/forte centro industrial, e as empresas já estão se expandindo também para cidades vizinhas, como por exemplo Itupeva.
Fico estupefato ao ver os números, é uma quantidade gigantesca de gases emitidos! E me questiono, às vezes, se a Revolução Industrial foi tão boa assim para a humanidade.
Quase tudo no mundo tem um bom êxito, quando feito com moderação, e por isso, cada indústria deveria se conscientizar e diminuir as emissões, mas aí entramos em questões econômicas, difíceis de serem discutidas.
Me pergunto também, com tantos estudos tecnológicos hoje em dia, será que já não está na hora de acharem outros meios/fins para o CO2 emitido?
Só espero que a lista divulgada e a matéria, cause algum efeito, seja ele bom ou ruim, em cada um que teve a oportunidade de ler.
Abraços,
Beto.
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